quinta-feira, 14 de maio de 2009

OS DESAFIOS DA FÉ


Por: Annally Alves
No primeiro post sobre o assunto FÉ & LONGEVIDADE, discutimos diversos estudos realizados sobre a influência que a crença exerce sobre o modo de vida de uma pessoa. No seguinte, Cura através da fé: Será possível?, trouxemos o relato de um jovem que afirma ter sido curado através da fé.
Hoje, vamos mostras algumas opiniões de especialistas do assunto.


A discussão sobre a espiritualidade e seus efeitos tem ganhado espaço em diversos veículos de comunicação aos longo de vários anos. Tanto que em meados de 2005, um novo campo do conhecimento foi criado, a neuroteologia. Na realidade, a neuroteologia já existe há muito tempo, as primeiras escritas são datadas de 1892, nos quais os textos falavam das doenças cerebrais, como a epilepsia e a ligação com o emocional. A neuroteologia é uma área de pesquisa que se dedica ao estudo da respostas das regiões cerebrais em face da fé e da espiritualidade.

Os cientistas, estimulados por essa realidade, procuram respostas para entender de que maneira esse sentimento interfere na manutenção ou recuperação da saúde. Há algumas explicações, e uma delas se baseia numa verdade óbvia: quem tem uma crença, tem uma qualidade de vida mais saudável. "Os estudos comprovam que a religiosidade proporciona menos comportamentos auto-destrutivos como suicídio, abuso de drogas e álcool, menos stress e mais satisfação. A sensação de pertencer a um grupo social e compartilhar as dificuldades também contribuiria para manter o paciente amparado, com melhor qualidade de vida", explica o psiquiatra Alexander Almeida, do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP).

Mas para os pesquisadores, essa resposta é só o ínicio. O que eles querem saber, é o que se passa na intimidade do organismo humano, quando as pessoas oram, leem textos sagrados, como a Bíblia, e qual é o impacto disso na capacidade de criar defesas contra as doenças. Embora, os estudos não sejam conclusivos, acredita-se que esse acontecimento esteja relacionado a mudanças produzidas pela fé na bioquímica do cérebro."Setores do sistema nervoso relacionados à percepção, à imunidade e às emoções são alteráveis por meio das crenças e significados atribuídos aos fatos, entre outros fatores. Assim, um indivíduo religioso tem condições de atribuir significados elevados ao seu sofrimento físico e padecer menos do que um ateu ou agnóstico", explica o psicólogo e clínico João Figueiró, do Centro Multidisciplinar da Dor do Hospital das Clínicas (HC/SP).

Para Raul Marino Jr., um dos pesquisadores da área, neurocirugião, chefe do setor de neurocirurgia do Hospital das Clínicas de São Paulo e autor do livro " A religião do cérebro - editora Gente", "práticas como a prece, a meditação e a contemplação modificam a produção de substâncias do cérebro que tem atuação em locais como o sistema límbico, envolvido no processamento das emoções."

Nas faculdades de medicina, o tema começou a ser abordado, A Universidade Federal do Ceará, em 2004 abriu um curso opcional com duração de 20 horas. Segundo a criadora da disciplina, a professora de histologia e embriologia humana Eliane Oliveira, " a mudança está ligada a uma nova abordagem da escola médica, focada na humanização do relacionamento do médico com o paciente."
Há médicos que fazem questão de estimular a prática da espiritualidade com seus pacientes, um deles é Eymard Mourão Vasconcelos, da Universidade Federal da Paraíba e pós-doutorado em espiritualidade e saúde pela Fundação Oswaldo Cruz. Para ele, não há dúvidas quanto ao poder da fé para a recuperação dos doentes. "É preciso despertar a garra em portadores de enfermidades. Isso não se faz com conhecimento técnico, mas mexendo com a emoção profunda da espiritualidade", frisa.

Paulo César Fructuoso, cirurgião oncológico e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia, também usa a ferramenta da fé em seus tratamentos, mas ressalta que mesmo com a crença, "nenhum tratamento médico deve ser interrompido."

Essa declaração nos faz chegar a outro ponto importantíssimo, quantas pessoas não abrem mão dos cuidados médicos acreditando apenas em sua própria fé? E o que os príncipios bíblicos dizem a respeito? É o assunto do nosso próximo post.

E você caro leitor, já respondeu a nossa enquete? Participe deste blog deixando a sua opinião sobre este assunto. Até a próxima!

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